
Victória Clemente
12 anos, Belém, Lisboa
«Uso regularmente transportes públicos, e tenho sempre aquelas inseguranças e medos que nunca senti na bicicleta. Sinto-me muito mais segura na bicicleta do que em muitos transportes públicos.»
Principal dificuldade
Conselho
Qual a tua experiência em bicicleta na cidade?
Uso muito a bicicleta em modo de lazer e para fazer recados. Como meio de transporte propriamente dito, uso em conjunto com os transportes públicos: umas vezes vou de autocarro, outras vezes vou de bicicleta para a escola. Vou referir que também uso a bicicleta fora da cidade — por exemplo, no último Verão fiz uma viagem de 250 km com o meu pai.
Fala-nos de como o facto de seres rapariga tem influenciado/condicionado, ou não, essa experiência.
Não vejo muita diferença no facto de ser menina. Mas sendo menina, por exemplo, não há tantas coisas que possa fazer com o meu pai, e andar de bicicleta é uma coisa que nós gostamos de fazer os dois. Eu e o meu pai andamos muito de bicicleta e acho que é uma coisa que nos aproxima e nos torna mais amigos.
Se consideras que tem condicionado, que situações viveste, ao usar a bicicleta, em que sentiste de algum modo desigualdade, insegurança ou falta de acesso pelo facto de seres rapariga?
Como disse, uso regularmente transportes públicos, e tenho sempre aquelas inseguranças e medos que nunca senti na bicicleta. Sinto-me muito mais segura na bicicleta do que em muitos transportes públicos.
O que falta na tua perspetiva para que mais raparigas e mulheres usem regularmente a bicicleta como modo de transporte?
Falta confiança. Por exemplo, há coisa de um ano tinha medo de usar os transportes públicos e hoje são o meu meio de transporte principal. A bicicleta não é diferente. Ao fazer-se do seu uso um hábito, vai-se perdendo o medo de andar de bicicleta.