Manifesto

Em 2022, a MUBi assumiu como uma das suas prioridades dar voz às perspectivas femininas e reivindicar um ambiente urbano e de mobilidade mais inclusivo e propício ao uso da bicicleta. Resultado de um esforço conjunto entre mulheres de vários pontos do país e representantes de várias associações e movimentos, chegámos ao Manifesto 8 Março.

Mais mulheres a pedalar: manifesto por uma cidade inclusiva

Usufruir da cidade e da vivência urbana deve ser universal e acessível a todas as pessoas, independentemente do seu género, idade, etnia, religião, nacionalidade, orientação sexual ou qualquer outra característica.

Exige-se assim à sociedade em geral, e aos decisores políticos em particular, que promovam medidas para favorecer o uso da bicicleta pelas mulheres, como ferramenta de inclusão e de promoção da sua liberdade.

 

  1. Queremos aumentar a nossa participação no processo de construção urbana, em particular no que toca ao urbanismo e à mobilidade, desde o planeamento, à decisão e execução.
  2. Exigimos segurança para circular de bicicleta, sozinhas ou em família, transportando ou acompanhando crianças, sem sermos expostas à violência rodoviária que se sente na generalidade dos centros urbanos.
  3. Queremos deixar de sentir os nossos percursos quotidianos condicionados pelo medo e experienciar a vida urbana nas nossas cidades sem sermos alvo de qualquer tipo de assédio, de violência física ou verbal.
  4. Reivindicamos uma infraestrutura ciclável confortável, segura e bem iluminada que facilite o nosso dia-a-dia e faça a ligação entre as várias funções urbanas que são para nós essenciais: casa, trabalho, comércio, saúde, educação e lazer, incluindo parqueamento seguro nestes locais.
  5. Reclamamos sistemas públicos de bicicletas partilhadas e de aluguer de longa duração, que permitam transportar também crianças, ou pessoas com mobilidade reduzida, de modo a que as famílias possam experimentar e utilizar este modo de mobilidade sustentável.
  6. Pretendemos uma cidade segura, que permita que as nossas crianças possam ir para a escola de forma autónoma, a pé ou de bicicleta, e bairros protegidos para que possam brincar sem necessidade de vigilância constante.
  7. Defendemos a promoção da aprendizagem para andar de bicicleta na idade adulta, capacitando mais mulheres para o uso regular e independente da bicicleta, mas também que seja parte do currículo escolar.
  8. Precisamos que sejam criadas campanhas que promovam a igualdade de género e a não discriminação, de âmbito nacional e local, orientando o discurso de forma a ser mais inclusivo e combatendo preconceitos e estereótipos relativamente ao uso da bicicleta.